Empresários não precisam de um “acordo de sócios” e essa história comprova nossa tese.
Era uma vez três mentes brilhantes, Guilherme, Carolina e Lucas, que decidiram unir suas visões e criar uma empresa que desafiaria o status quo. Juntos, eles traçaram um caminho para o sucesso, onde a inovação floresceria e o crescimento seria inevitável.
O início dessa jornada foi marcado por grandes promessas. Guiados pela confiança que tinham um no outro, decidiram que não seria necessário fazer um acordo de sócios, prometendo que todo problema seria resolvido na base da conversa.
À medida que o negócio crescia e o tempo passava, os pequenos desentendimentos do dia a dia surgiam. O que começou com conversas saudáveis, logo se transformou em disputas acirradas:
“Quanto vamos cobrar pelo nosso serviço?”
”Mas eu gosto mais da cor vermelha para o nosso uniforme!”
”A nossa logo vai ser feita com essa ou aquela empresa?”
”Vamos contratar qual daqueles 2 funcionários? ”
”Precisamos mesmo de um escritório físico?”
E as dúvidas surgiam:
“Mas qual dos sócios é o responsável por esse tipo de decisão?”
“Quando for preciso marcar reuniões no escritório, uma mensagem no WhatsApp já serve?”
A situação atingiu seu ponto máximo quando uma oportunidade muito boa de parceria com uma empresa líder em novas tecnologias surgiu. As diferenças internas sobre a abordagem a ser adotada nessa parceria levaram a uma série de discussões.
Guilherme e Lucas queriam fazer de uma forma e Carolina de outra.
“Existe alguma forma de resolver essa impasse?”, pensavam.
Esse tipo de coisa levou a empresa, cheia de promessas, a um palco de drama empresarial, com os sócios perdendo de vista o que os uniu no começo.
Na última tentativa de resolver seus problemas, Guilherme, Carolina e Lucas se reuniram no escritório, que foi cenário de uma batalha intensa. A sala, antes local de paz, agora era guerra.
Com um misto de tristeza e raiva, decidiram pelo término da sociedade, para que Carolina seguisse seu caminho.
Até no momento de negociar a saída de Carolina, novo impasse.
“Quanto vale a participação de Carolina na sociedade?”
“Quem tem que pagar, os sócios ou a empresa?”
“Em quanto tempo?”
Guilherme e Lucas, que ficariam na sociedade, diziam que a participação de Carolina valeria só R$ 50.000,00, e queriam pagar esse valor em 24 vezes. Já Carolina dizia que sua participação valeria R$ 80.000,00, e queria receber à vista.
Por ser um ponto muito importante para todos, as negociações acabaram ali.
As três mentes, que já foram brilhantes e cheias de vontade, terminaram sua sociedade e sua amizade na 12ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Essa história é baseada nos diversos casos semelhantes que tivemos no ano passado. As razões para as discussões são diferentes, mas o resultado é sempre esse.
Um acordo de sócios bem elaborado, teria respondido e resolvido absolutamente todas as perguntas que surgiram ao longo da história dessa empresa.
A conclusão dessa saga, ocorrida nos corredores da 12ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo, é um lembrete doloroso de que a confiança, por si só, não é suficiente para garantir uma parceria bem-sucedida.